22 de jul. de 2015

Medicamentos falsificados podem representar 15% do mercado

O mercado informal de medicamentos, que sobrevive se esquivando dos órgãos reguladores, está se tornando cada vez mais atraente com preços bem abaixo da média. É possível comprar remédios por menos da metade do valor cobrado em farmácias. Mas esses descontos são possíveis porque os remédios são falsificados ou roubados.

Cerca de 15% do mercado é composto por medicamentos falsificados, segundo estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde), mas existem especialistas que apontam percentuais ainda mais altos. Devido ao caráter informal dessas vendas, não há como estabelecer um número com precisão. Já o varejo farmacêutico formal comercializa mais de 134 bilhões de doses por ano, segundo a IMS Health.

Enquanto os preços baixos tornam o mercado informal atraente, a população fica exposta a riscos potencialmente fatais. Um medicamento falsificado por ter diversos tipos de alterações. A quantidade das substâncias pode estar alterada em cada dose, a própria dose pode estar em desacordo com a bula e, na pior das hipóteses, a alteração afeta o princípio ativo do medicamento.

O princípio ativo é a substância mais importante do medicamento, pois ele que irá exercer a função terapêutica. Quando um remédio é falso, o princípio ativo pode estar comprometido, com a dosagem ou mesmo a identificação irregular. Em alguns casos, sequer existe algum princípio ativo no produto falso.

“Isso compromete o tratamento do paciente e, dependendo da doença que ele está combatendo, pode colocar sua vida em risco”, afirma Antônio Britto, presidente-executivo da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa).

Não são raros os casos em que o médico prescreve o tratamento, o paciente segue as orientações corretamente, mas não acontece o efeito esperado. E uma longa investigação médica acaba sendo realizada até ser descoberto que o paciente, sem saber, estava consumindo um medicamento falsificado.

“Até os medicamentos originais podem ser prejudicados com isso, quando são reportadas reações adversas que, na realidade, foram causadas por produtos falsos”, explica Britto.

Mesmo quando o mercado informal comercializa medicamentos autênticos, existe o risco dele estar com sua eficácia comprometida por ter sido guardado e manuseado de forma inadequada. Atualmente, os medicamentos estão entre as cargas mais roubadas do país.

Como evitar o risco?

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) faz uma série de recomendações para combater o mercado informal de medicamentos e reduzir o risco da população adquirir remédios falsos:

• Nunca compre medicamentos em feiras ou de camelôs;
• Só compre remédios em farmácias e drogarias e dê preferência àquelas que já forem conhecidas;
• Exija nota fiscal dos medicamentos comprados;
• Se o medicamento deixar de fazer efeito, procure o seu médico;
• Verifique a embalagem do medicamento e veja se consta a data de validade, se o nome do medicamento pode ser lido facilmente e se há rasgos, rasuras ou alguma informação aparentemente apagada;
• Veja também se existe o número do registro do medicamento no Ministério da Saúde;
• Soros e xaropes devem estar com o lacre;
• A bula deve ser original, nunca xerox.

Alerta-se também para o risco das compras online. Em muitos países, essa é uma forma do mercado informal dar vazão aos medicamentos falsificados. Portanto, esteja atento a sites de procedência desconhecida, especialmente quando eles oferecem medicamentos por preços abaixo da média de mercado.

Sobre a Interfarma

Fundada em 1990, a Interfarma possui atualmente 55 empresas associadas. Hoje, esses laboratórios são responsáveis pela venda, no canal farmácia, de 80% dos medicamentos de referência do mercado e também por 33% dos genéricos produzidos por empresas que passaram a ser controladas pelos laboratórios associados. Além disso, as empresas associadas respondem por 46% da produção dos medicamentos isentos de prescrição (MIPs) do mercado brasileiro e por 52% dos medicamentos tarjados (50% do total do mercado de varejo).

Fonte: Portal Saúde Business

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