18 de dez. de 2018

Veja na integra o posicionamento oficial das Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) e da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) sobre rastreio de câncer de próstata

O documento foi elaborado para esclarecer informações divulgadas por uma operadora de planos de saúde que podem levar a interpretações equivocadas sobre este importante tema.


Segue o texto na íntegra (versão em PDF):

Posicionamento Oficial da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) e da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) – Rastreio de Câncer de Próstata

É reconhecido que o rastreio universal do câncer de próstata pelo exame digital retal e pela medida do antígeno prostático específico (PSA) no sangue é controverso e que a literatura traz dados conflitantes, especialmente com relação aos prejuízos potenciais versus impacto na mortalidade.

O PSA é o marcador mais utilizado para diagnóstico de câncer de próstata, mas sua utilidade clínica foi questionada devido à sua baixa especificidade, especialmente quando em níveis entre 2 e 10 ng/mL. A utilização do PSA em larga escala estaria propiciando o sobrediagnóstico e indução ao tratamento excessivo, uma vez que alguns casos de câncer que não evoluiriam de forma agressiva, não colocando a vida do paciente em risco. Esta situação se deve, principalmente, ao fato de que a medida isolada do PSA não fornece informação suficiente para se avaliar o grau de agressividade do eventual tumor existente. 


Realmente, em 2012, a Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos Estados Unidos (US Preventive Services Task Force – USPSTF), se manifestou contra a medição do PSA com a finalidade de triagem populacional para o câncer de próstata, para homens de qualquer idade. Naquela ocasião, a USPSTF baseou suas recomendações nos resultados conjuntos de dois estudos: o European Randomized Study of Screening for Prostate Cancer (ERSPC)1 e o US Prostate, Lung, Colorectal and Ovarian Cancer Screening Trial (PLCO)2. Estes estudos indicavam que a triagem com a medida de PSA podia prevenir a morte por câncer de próstata de um número muito reduzido de pacientes, sempre havendo o risco da ocorrência de resultados falso positivos.

Em 2017, porém, a USPSTF publicou novas recomendações, indicando que, mesmo os médicos não especialistas, devem apresentar aos homens com idade entre 55 e 69 anos os potenciais riscos e benefícios envolvidos no rastreio do câncer de próstata e apenas realizar a triagem naqueles que, após esclarecimentos, desejarem realizar o teste. Esta nova posição é consistente com as orientações oferecidas pela American Urological Association (AUA) e pela American Cancer Society (ACS)3.

Mais recentemente, em maio de 2018, a própria USPSTF4 reconheceu que ensaios clínicos randomizados mostram que os programas de rastreamento baseados na medida do PSA em homens com idade entre 55 e 69 anos podem evitar cerca de 2 mortes por câncer de próstata a cada 1000 homens testados. Os programas de triagem também podem prevenir cerca de 3 casos de câncer de próstata metastático por 1000 homens testados. É importante referir que casos de câncer mestastático é condição clínica muito mais delicada, exigindo cuidados específicos, mais custosos e reduzida chance de cura, perda de qualidade de vida e elevada taxa de mortalidade.

Os danos potenciais da triagem incluem eventuais resultados falso-positivos. O que tem sido supervalorizado, no entanto, são os danos do tratamento cirúrgico (prostatectomia) os quais incluem disfunção erétil, incontinência urinária e sintomas intestinais. Cerca de um em cada cinco homens que se submetem à prostatectomia radical desenvolvem incontinência urinária e dois em três homens experimentam disfunção erétil a longo prazo.

A partir destas informações, a USPSTF concluiu que, para homens com idades entre 55 e 69 anos, a decisão de se submeter à triagem periódica baseada na medida do PSA deve ser individual e deve incluir a discussão dos possíveis benefícios e danos da triagem com seu médico. Ao determinar se o exame é apropriado em casos individuais, os pacientes e médicos devem considerar o equilíbrio de benefícios e danos com base na história familiar, raça/etnia, condições médicas e comorbidades.

Cabe lembrar que este intervalo etário é relativo a indivíduos sem história familiar de câncer de próstata e que não está recomendado o rastreamento em homens com 70 anos de idade ou mais.

A baixa especificidade do PSA total estimulou a pesquisa de novos marcadores que pudessem complementa-lo para o diagnóstico precoce daqueles cânceres, além de, eventualmente, caracterizar os processos que apresentassem comportamento mais agressivo.

Com a finalidade de melhorar o poder diagnóstico deste marcador, Catalona apresentou o conceito de Densidade do PSA5. Este parâmetro consiste na relação matemática entre a concentração do PSA sérico e o volume prostático, avaliado por ultrassom transretal. O racional deste conceito é que indivíduos com glândula prostática maior poderiam ter concentrações mais elevadas de PSA em circulação.

Outro recurso é considerar a Velocidade do PSA6, que é a variação da concentração do marcador ao longo do tempo. Aceita-se como adequada uma elevação na concentração do PSA da ordem de 0,35 ng/dL por ano, quando o PSA total estiver entre 4,1 e 10,0 ng/mL.

A relação PSA livre sobre PSA total acrescenta especificidade ao diagnóstico de câncer de próstata. O racional deste conceito se baseia na observação de que pacientes com hiperplasia benigna da próstata produzem mais PSA livre do que os pacientes com processos neoplásicos. Dessa forma, a relação PSA livre/total é menor em casos de adenocarcinoma.

Recursos diagnósticos mais atuais incluem a dosagem de isoformas do PSA, especialmente da PSA [-2] proPSA, identificada como p2PSA, que tem sido proposta como auxiliar para melhorar a detecção de câncer prostático nos pacientes com PSA total entre 2 e 10 ng/mL7 e exame digital retal normal8.

Adicionalmente, foi desenvolvido um índice denominado PHI, do inglês Prostate Health Index, que relaciona, matematicamente os resultados das medidas da isoforma p2PSA, do PSA total e da fração livre do PSA9.

O PHI é calculado pela fórmula (p2PSA / fPSA × √tPSA). Os valores de p2PSA e o PHI são maiores em pacientes com câncer prostático do que nos pacientes com hiperplasia prostática benigna e com prostatite8 e alguns estudos têm mostrado que tanto o p2PSA como o PHI estão associados à maior probabilidade de o câncer ser mais agressivo10, podendo este exame indicar ou contraindicar a realização de biópsias em até 30% dos casos.

Referências

Schröder FH, and Bangma CH – The European Randomized Study of Screening for Prostate Cancer (ERSPC) British J Urology. 1997; 79(1):68- 71.

Andriole GL, Crawford ED, Grubb 3rd, Buys SS, Chia D, Church TR, et al. – Prostate Cancer Screening in the Randomized Prostate, Lung, Colorectal, and Ovarian Cancer Screening Trial: Mortality Results after 13 Years of Follow-up.J Natl Cancer Inst. 2012; 104(2):125-32. https://doi.org/10.1093/jnci/djr500.

Ong M, Mandl KD – Trends in prostate-specific antigen screening and prostate cancer interventions 3 years after the U.S. Preventive Services Task Force recommendation. Ann Intern Med. 2017; 166:451-2.

Grossman DC, Curry SJ, Owens DK, Bibbins-Domingo K, Caughey AB, Davidson KW – US Preventive Services Task Force – Screening for Prostate Cancer: US Preventive Services Task Force Recommendation Statement. 2018; 319(18):1901-13. doi: 10.1001/jama.2018.3710.

Catalona WJ, Partin AW, Slawin KM, Brawer MK, Flanigan RC, Patel A, et al. – Use of the percentage of free prostatic-specific antigen to enhance differentiation of prostate cancer from benign prostatic disease. JAMA. 1998; 279:1542-7.

Carter HB, Ferrucci L, Kettermann A, Landis P, Wright EJ, Epstein JI, et al. -Detection of life-threatening prostate cancer with prostate-specific antigen velocity during a window of curability. J Natl Cancer Inst.2006; 98(21):1521-7.

Hori S, Blanchet, JS, McLoughlin J – From prostate-specific antigen (PSA) to precursor PSA (proPSA) isoforms: a review of the emerging role of proPSAs in the detection and management of early prostate cancer. BJU Int. 2013; 112:717–28.

Lazzeri M, Abrate A, Lughezzani G, Gadda GM, Freschi M, Mistretta F, et al. – Relationship of chronic histologic prostatic inflammation in biopsy specimens with serum isoform [−2] proPSA (p2PSA), %p2PSA, and prostate health index in men with a total prostate-specific antigen of 4–10 ng/ml and normal digital rectal examination. Urology. 2014;83: 606-12.

Loeb S and Catalona WJ – The Prostate Health Index: a new test for the detection of prostate cancer. Ther Adv Urol. 2014;6(2):74–7. doi: 10.1177/1756287213513488.

Wang W, Wang M, Wang L, Adams TS, Tian Y & Xu J – Diagnostic ability of %p2PSA and prostate health index for aggressive prostate cancer: a meta-analysis. Scientific reports 2014 | 4: 5012 |DOI:10.1038/srep05012.

Novembro/2018

Publicado em 14/11/2018

fonte SBPC/ML: http://www.sbpc.org.br/noticias-e-comunicacao/posicionamento-da-sbpcml-e-sbu-sobre-rastreio-de-cancer-de-prostata/

ANVISA Cancela registro de 17 modelos de glicosímetros

A Anvisa cancelou os registros de 17 modelos de glicosímetros. A decisão foi tomada para retirar do mercado apenas os produtos que não atendem ao padrão internacional de desempenho descrito na Norma ISO 15197:2013. A medida está na Resolução RE 3.161, de 16 de novembro de 2018, publicada no Diário Oficial da União (D.O.U.).


Os glicosímetros são utilizados para monitorar os níveis de glicemia dos pacientes com diabetes. A iniciativa da Anvisa resguarda a segurança das pessoas diabéticas no Brasil, dada a importância do monitoramento frequente da glicemia para os portadores da doença e o crescente número de usuários deste tipo de dispositivo a cada ano.

Todos os produtos destinados ao automonitoramento da glicose precisam atender aos requisitos da Norma ISO 15197:2013, que é um dos critérios para obtenção do registro junto à Anvisa.

Usuário: o que fazer?

O usuário que já possui um produto que faça parte da relação de registros cancelados e que esteja dentro do prazo de validade (ver informação na embalagem das tiras) pode utilizá-lo, sem prejuízo do seu desempenho, se atendidas as condições de armazenamento e uso descritas nas instruções de uso. As secretarias de saúde ou órgãos públicos que tenham adquirido produtos listados na relação de registros cancelados devem verificar, junto aos licitantes, as condições contratuais cabíveis.

Vale destacar que a proibição de comercialização dos produtos glicosímetros e tiras com registro suspenso reforça a importância da homologação responsável e criteriosa desses produtos, uma vez que o não atendimento dos padrões de desempenho afeta diretamente a saúde do paciente.

Determinação

Em maio de 2018, a Anvisa determinou, através da Instrução Normativa 24, que todas as empresas detentoras de registros de comercialização de produtos para automedição de glicemia apresentassem os relatórios de desempenho necessários. Estes estudos deveriam ser entregues no prazo de 180 dias após a publicação da norma em questão.

Como resultado deste acompanhamento, a Agência publicou a Resolução RE 3.161, cancelando o registro dos produtos que não apresentaram as informações à Anvisa ou que não demonstraram atender aos requisitos estabelecidos.

Confira a lista de glicosímetros com registro cancelado:

Produto
Empresa
Registro
Freestyle Lite Tiras –Teste para Glicose no Sangue
Abbott
80146501707
Contour TS (Medidor de Glicose Sanguínea)
Bayer
80384380012
Contour TS (Tira de Teste para Glicose Sanguínea)
Bayer
80384380008
Fácil Thrueread (Sistema de Monitoramento da Glicemia)
HDI
80095080018
Família de Tiras de Glicose: Fácil True Read/Sidekick – Tiras Reagentes para Glicose
HDI
80095080020
Medidor de Glicose Injex Sens N
Injex
10160610062
Injex Sens N – Tiras de Teste de Glicose no Sangue
Injex
10160610057
Sistema Onetouch Ultra Mini
Johnson & Jonhson
80145901138
Sistema de Medição de Glicose no Sangue Onetouch Select Simple
Johnson & Johnson 
80145901388
Tiras Reagentes Onetouch Ultra
Johnson & Johnson
80145900869
Tiras Reagentes Onetouch Select
Johnson & Johnson
80145901261
Tiras de Teste de Glicemia True Read
Nipro
80788620009
Medidor de Glicemia Fácil Trueread
Nipro
80788620006
Monitor de Glicemia Accu-Check (Fotômetro)
Roche
81414021673
Accutrend Glicose
Roche
10287410219
Accutrend Plus
Roche
10287410740
Família de Medidor de Glicose Tensortip
VR Medical
801025

O que diz a norma

A Norma ISO 15197:2013 especifica os requisitos fundamentais para o sistema de monitoramento de glicemia, responsável por medir as concentrações de glicose no sangue capilar. Os requisitos são utilizados em procedimentos de verificação específicos e na validação do desempenho dos aparelhos medidores de glicose pelos usuários, sendo então destinados à monitorização glicêmica para controle do diabetes.

Essa norma determina que 95% dos testes de glicemia realizados nos glicosímetros vendidos no Brasil não podem apresentar variação glicêmica maior do que 15% quando comparados aos testes realizados em laboratórios. A medição correta no uso dos aparelhos é necessária, uma vez que os erros na leitura dos níveis de açúcar no sangue podem gerar problemas de saúde e acarretar decisões equivocadas sobre alimentação e uso da insulina para aqueles pacientes que fazem uso do hormônio em sua forma sintética, entre outras.

Recomendações

Em caso de dúvidas sobre um produto estar em situação regular ou não, consulte o portal da Anvisa:https://consultas.anvisa.gov.br/#/saude/. O número de registro dos produtos encontra-se nos rótulos e nas embalagens.

É importante que os pacientes consultem os profissionais de saúde para discutir a substituição dos glicosímetros/tiras por outros que estejam em situação regular.

Caso seja identificada qualquer irregularidade ou houver alguma suspeita quanto ao desempenho de um produto para a saúde, entre em contato com a Anvisa por meio da Central de Atendimento ao Público (0800 642 9782).

fonte ANVISA: http://portal.anvisa.gov.br/noticias/-/asset_publisher/FXrpx9qY7FbU/content/cancelado-registro-de-17-modelos-de-glicosimetros/219201?p_p_auth=1DhCpEPa&inheritRedirect=false&redirect=http%3A%2F%2Fportal.anvisa.gov.br%2Fnoticias%3Fp_p_auth%3D1DhCpEPa%26p_p_id%3D101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3Dnormal%26p_p_mode%3Dview%26p_p_col_id%3D_118_INSTANCE_veHKmkDUo2dN__column-2%26p_p_col_count%3D2

12 de dez. de 2018

Niteroi deve enfrentar grande epidemia de chicungunha neste verão, alerta especialista

O Verão é marcada pelo aumento da proliferação dos mosquitos e incidências de doenças transmitidas por eles, incluindo dengue, zika e febre amarela, que também preocupam.

não será surpresa nenhuma se a chicungunha ultrapassar numericamente os casos de Dengue e da Zika.



A explosão de casos de chicungunha no Estado do Rio de Janeiro e principalmente na Região de Niterói este ano já configura um quadro epidêmico, mas a situação deve piorar ainda mais com a chegada do verão, atingindo níveis sem precedentes. 

O alerta é do infectologista Rivaldo Venâncio da Cunha, coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz, que também vê forte risco de epidemias da doença em Minas Gerais, Mato Grosso e Pará.

O CRF-SP sempre inovando, desta vez sai na frente dos demais conselhos disponibilizando novo serviço online

São Paulo, 4 de dezembro de 2018.

Já está disponível, por meio do portal do CRF-SP, um novo serviço na plataforma de atendimento eletrônico, o e-CAT (Cadastro de Atendimento Eletrônico). Agora, é possível renovar a Certidão de Regularidade (CR) com alterações de horários de funcionamento e/ou assistência. Além disso, poderá indicar novos folguistas, se for o caso. 

Semelhantemente ao pedido de renovação de CR sem alterações de horários, que já existia, este também deve ser solicitado pela empresa, sendo que os farmacêuticos poderão confirmar os dados posteriormente.

Sobre o e-CAT

Desde agosto, o cadastro de atendimento eletrônico, e-CAT, passou a ser responsivo, isto é, sua resolução se adapta a dispositivos móveis como smartphones e tablets, facilitando o acesso ao atendimento eletrônico em qualquer lugar. O layout foi redesenhado, de maneira mais moderna e intuitiva.

Para acessar esse e outros serviços do e-CAT, basta acessar o portal www.crfsp.org.br e clicar na aba serviços online.



Thais Noronha

Departamento de Comunicação CRF-SP

Obs.: Prof José Roberto Lannes Abib parabeniza toda a diretoria do CRF-SP e a equipe de informática pelos excelentes serviços prestados aos farmacêuticos e empresas associadas. 

fonte: http://www.crfsp.org.br/noticias/10221-novo-servi%C3%A7o-online.html

11 de dez. de 2018

Doenças cardíacas: tratamentos lideraram vendas em 2017


Em 2017, os medicamentos para o tratamento de doenças do coração foram líderes de vendas no Brasil. De acordo com dados da Anvisa, a indústria farmacêutica comercializou mais de 732,5 milhões de caixas de produtos para tratar problemas cardiovasculares no ano passado. Isso representou 16,5% do total de embalagens vendidas em todo o país (4,4 bilhões).
Este volume de vendas rendeu aos fabricantes desses medicamentos um faturamento de R$ 6,1 bilhões, o que equivale a 8,8% do valor global comercializado em 2017 (R$ 69,5 bilhões).
De acordo com a Organização Pan-americana da Saúde (Opas), as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), elas são responsáveis por cerca de 30% dos óbitos no Brasil. Dados do Ministério da Saúde mostram que, somente em 2017, houve mais de 1,1 milhão de internações na rede pública provocadas por problemas do aparelho circulatório.
Sistema nervoso
O segundo lugar no ranking dos tratamentos mais vendidos foi ocupado pelos medicamentos para doenças do sistema nervoso central, com um total de 680,5 milhões de embalagens comercializadas. O número representou 15,3% do total de caixas vendidas em 2017, além de um faturamento de R$ 10 bilhões (14,4%).
Alguns exemplos de doenças desse sistema são: doença de Alzheimer, doença de Parkinson, esclerose múltipla e epilepsia, entre outras. De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2017 foram registradas 190 mil internações pelo conjunto das diversas enfermidades relacionadas ao sistema nervoso.
Os medicamentos para tratar doenças do aparelho digestivo e metabolismo aparecem em terceiro lugar, com 615,6 milhões de caixas vendidas (13,8% do total) e um faturamento de R$ 9 bilhões (13%).
Câncer
Os dados sobre o mercado farmacêutico no Brasil também mostraram que, em termos de faturamento, os medicamentos para tratamento de câncer ficaram em primeiro lugar. Em 2017, os antineoplásicos e imunomoduladores foram responsáveis por mais de R$ 10,1 bilhões em vendas, o que correspondeu a 14,6% do total.
No entanto, a quantidade de embalagens comercializadas foi uma das menores: 18,7 milhões de caixas ou 0,4% do volume global. Isso ocorre porque os produtos destinados ao tratamento de neoplasias são mais caros.
De acordo com informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa é de que o Brasil registre cerca de 600 mil novos casos da doença, somente em 2018. Segundo o órgão, o tipo mais incidente é o de pele não melanoma, que é um tumor menos letal (165,5 mil casos novos). Depois deste, os dois tipos com maior número de casos são o de próstata (68,2 mil casos novos) e o de mama feminina (59,7 mil casos novos).
Princípios ativos
Segundo estatísticas da Anvisa, 20 princípios ativos tiveram as maiores vendas no mercado nacional em 2017. De acordo com os dados divulgados, o trastuzumabe e o adalimumabe foram as duas substâncias com maior destaque, com faturamento de mais de R$ 500 milhões cada.
O trastuzumabe é um anticorpo monoclonal indicado para o tratamento de câncer de mama e câncer gástrico avançado. Já o adalimumabe é um imunobiológico anti-TNF-alfa, indicado para o tratamento de artrite reumatoide, artrite psoriásica, espondilite anquilosante e doença de Crohn, entre outras enfermidades.
Na sequência do ranking, estão os princípios ativo da vacina pneumocócica (terceira posição), o infliximabe, usado para tratar algumas doenças autoimunes (quarta), e a vacina trivalente contra gripe (quinta).
Tempo no mercado
De acordo com a Anvisa, o nível de absorção das inovações da indústria farmacêutica pelo mercado pode ser medido pelo número de moléculas novas disponibilizadas para compra. Para essa análise, foram definidas três faixas de idade para as moléculas: até cinco anos; de seis a dez anos; e 11 anos ou mais.
Partindo dessas faixas, constatou-se que a maior parte dos princípios ativos e das associações comercializadas em 2017 está presente no mercado há mais de uma década (11 anos ou mais). Essas substâncias faturaram mais de R$ 55,2 bilhões (79,4% do total) no ano passado e responderam por 4,2 bilhões (95,4% do total) de apresentações comercializadas.
Em termos de faturamento, houve um aumento expressivo na representatividade de medicamentos com menos de seis anos no mercado. Entre 2016 e 2017, o percentual de participação desses produtos subiu de 2,7% para 7,7%. O dado indica que há crescente nível de absorção de inovações pelo mercado farmacêutico, em especial devido à entrada de novos medicamentos biológicos no país.
Anuário
Os dados são da terceira edição do Anuário Estatístico do Mercado Farmacêutico, produzido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) com base em informações de 2017. A publicação traça o perfil da indústria brasileira e traz dados detalhados sobre a quantidade de produtos farmacêuticos comercializados, faturamento, tipos de medicamentos mais vendidos, principais finalidades de uso dos produtos (tratamentos) e ranking das empresas produtoras, além de características regionais do mercado, entre outros tópicos.

Quer saber as notícias da Anvisa em primeira mão? Siga-nos no Twitter @anvisa_oficial e Facebook @AnvisaOficial

Fonte Anvisa: http://portal.anvisa.gov.br/noticias?p_p_id=101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU&p_p_col_id=column-2&p_p_col_pos=1&p_p_col_count=2&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_groupId=219201&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_urlTitle=doencas-cardiacas-tratamentos-lideraram-vendas-em-2017&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_struts_action=%2Fasset_publisher%2Fview_content&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_assetEntryId=5139611&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_type=content

São Paulo é líder nacional do mercado farmacêutico

Estado faturou R$ 53,3 bilhões em 2017. Dados inéditos da Anvisa mostram que Rio de Janeiro, Goiás e Paraná também foram destaque no mercado de medicamentos.

O estado de São Paulo é líder nacional do mercado farmacêutico. De acordo com dados da Anvisa, em 2017 a indústria de medicamentos instalada no território paulista alcançou um faturamento de R$ 53,3 bilhões com a comercialização desses produtos. O valor correspondeu a 76,8% do total de vendas no mercado brasileiro, no mesmo ano.

O segundo lugar ficou com o Rio de Janeiro, estado onde a indústria farmacêutica faturou quase R$ 7,8 bilhões (11,2%). Na sequência, o destaque foi Goiás, ocupando o terceiro lugar, com faturamento de mais de R$ 3,1 bilhões (4,5%) em 2017. O Paraná ficou em quarto lugar, com vendas acima dos R$ 2,4 bilhões (3,5%).
Embalagens

Em número de embalagens, o estado de São Paulo também é líder. Em 2017, foram mais de 2,5 bilhões de caixas de medicamentos vendidas em todo o mercado nacional, ou 57,3% do total comercializado (4,4 bilhões).
Nesse ranking, Goiás subiu para a segunda posição, com um total de 866 milhões de embalagens comercializadas, o que representou 19,5% do mercado brasileiro. O Paraná ficou em terceiro lugar, com a venda de 347,5 milhões de caixas de medicamentos (7,8%). O estado do Rio de Janeiro apareceu em quarto lugar (248,7 milhões de unidades ou 5,6% do total).
Distribuição geográfica

Ao todo, 14 estados brasileiros contam com parques industriais para a produção de medicamentos. Além de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Paraná, também entram na lista, além do Distrito Federal, os seguintes estados: Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

A indústria farmacêutica, portanto, está distribuída geograficamente por todas as regiões do país, sendo que todos os estados do Sudeste e Sul contam com empresas instaladas. Nas demais regiões, a distribuição é a seguinte: quatro estados na região Nordeste (BA, CE, PE e PI), dois na Centro-Oeste (GO e DF) e um na região Norte (AM).

Um conjunto de 214 empresas instaladas nesses regiões e estados tiveram um faturamento global de R$ 69,5 bilhões em 2017, com a venda de mais de 4,4 bilhões de caixas de medicamentos no país. Como líder do mercado, São Paulo é o estado com maior concentração de empresas em seu território (119).


Desoneração de tributos

De acordo com a Anvisa, mais de 2,8 bilhões de embalagens vendidas no país foram desoneradas dos tributos do PIS/Cofins. Esta quantidade correspondeu a 65% das apresentações comercializadas e representou 70% do faturamento global (R$ 48,7 bilhões) da indústria. Esse dado evidencia que a maior parte dos medicamentos no país são vendidos com a desoneração de praticamente todos os tributos federais, o que tem impacto direto no preço final para o consumidor.
Anuário

Os dados são da terceira edição do Anuário Estatístico do Mercado Farmacêutico, produzido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) com base em informações de 2017. A publicação traça o perfil da indústria brasileira e traz dados detalhados sobre a quantidade de produtos farmacêuticos comercializados, faturamento, tipos de medicamentos mais vendidos, principais finalidades de uso dos produtos (tratamentos) e ranking das empresas produtoras, além de características regionais do mercado, entre outros tópicos.

Quer saber as notícias da Anvisa em primeira mão? Siga-nos no Twitter @anvisa_oficial e Facebook @AnvisaOficial


Por: Ascom/Anvisa
Publicado: 30/11/2018 16:21
Última Modificação: 30/11/2018 16:32

fonte Anvisa:

http://portal.anvisa.gov.br/noticias?p_p_id=101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU&p_p_col_id=column-2&p_p_col_pos=1&p_p_col_count=2&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_groupId=219201&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_urlTitle=sao-paulo-e-lider-nacional-do-mercado-farmaceutico&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_struts_action=%2Fasset_publisher%2Fview_content&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_assetEntryId=5149551&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_type=content