Diminuir em 75% o medicamento para viver mais. A recomendação vem de um grupo de pesquisadores norte-americanos e tem como alvo quem sobreviveu a um ataque cardíaco. Segundo o estudo, divulgado nesta semana, na revista American College of Cardiology, as pessoas que ingerem apenas um quarto da dose de betabloqueadores usualmente prescrita são beneficiadas por um aumento da longevidade.
Os pesquisadores chegaram à conclusão após analisar 6.682 pacientes, cujas taxas de sobrevivência após um ataque cardíaco foram relacionadas à quantidade de betabloqueadores ingeridos. Esses medicamentos ajudam a prevenir a falha cardíaca ao deterem o efeito da adrenalina no coração, evitando, assim, a arritmia. A substância é prescrita a quase todas as vítimas de um ataque cardíaco.
Conforme o resultado, os pacientes que tomam 25% da dose recomendada têm 20% a 25% a mais de possibilidades de sobreviver em comparação àqueles que ingerem a regular. Pela pesquisa, 14,7% dos que receberam a dose completa morreram ao longo de dois anos. Em contrapartida, 12,9% dos que ingeriram meia dose morreram no mesmo período, assim como 9,5% dos que tomaram um quarto da dose.
Jeffrey Goldberger, professor de cardiologia da Escola de Medicina da Northwestern University e principal autor do estudo, diz que a constatação surpreendeu a equipe. “Acreditávamos que os pacientes tratados com doses menores iam ter uma taxa de sobrevivência pior”, disse. “Ficamos surpresos em descobrir que sobreviveram bem e, talvez, até melhor”.
O estudo, porém, não avaliou qual é a dose apropriada de betabloqueadores para cada pessoa. Segundo Goldberger, pesquisas nesse sentido estão sendo iniciadas, mas com resultados que poderão ser questionáveis. “Provavelmente, não há uma dose correta que sirva a todos”, explica o pesquisador. “Não faz sentido que a mesma funcione para um homem frágil de 80 anos que teve um pequeno ataque cardíaco e para um homem corpulento de 40 anos que sofreu um ataque forte.”
Fonte: Correio Braziliense
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