Injeção no controle do colesterol
Na semana passada o FDA (Administração de Alimentos e Fármacos) dos EUA, aprovou um novo medicamento contra o colesterol (lipoproteína de baixa densidade (LDL)), para ser administrado sob a forma de injeção. Segundo a indústria farmacêutica, os estudos de avaliação da eficácia, revelam que os pacientes que já a utilizaram no período de doze semanas, reduziram os níveis do colesterol em cerca de 60% e, quando combinado com as antigas estatinas, chegou a 72%.
O novo remédio, no entanto, não chega a ser uma opção para tratamento em larga escala, pelo menos por enquanto. Neste momento de partida, a estimativa é de que os valores para utilização por paciente/ano fique entre US$ 7 e US$12mil. Ou seja, não é para qualquer um. A explicação para esse elevado custo é o fato dele ser um medicamento biológico, feito a partir de células geneticamente modificadas, um processo com alto custo.
As injeções inicialmente se destinam a pacientes adultos e identificados como portadores de hipercolesterolemia familiar. São aqueles que, apesar de se submeterem a dietas e fazerem uso das tradicionais estatinas, não conseguem baixar o nível do LDL. Esses medicamentos também poderão ser opções para aqueles que têm intolerância às estatinas e sofrem, por exemplo, com dores musculares. No entanto, os novos medicamentos também têm provocam seus problemas, com efeitos colaterais como infecção respiratória, gripe, dor nas costas e reações como vermelhidão, dores ou hematomas onde a injeção é dada e reações alérgicas.
O colesterol tem uma função positiva no organismo. É ele que permite que se formem as membranas que envolvem as células, que sem elas não receberiam alimentos e oxigênio. O problema ocorre quando há desequilíbrio dessa gordura. O LDL elevado tem relação direta com o aumento da probabilidade de entupimento de veias e artérias, provocando as doenças cardiovasculares como a aterosclerose, aumento do risco de infartos e acidentes vasculares cerebrais. No Brasil ocorrem entre 300 e 400 mil mortes anualmente devido a problemas cardiovasculares.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o colesterol total não deve ficar no máximo em 200 mg/dl. Entre 200 e 240 mg/dl já merecem atenção, acima disso entra na faixa de preocupante. Em todo o mundo, 40% da população sofrem com altos índices e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), contribui com até 56% das mortes por doenças cardiovasculares.
A última aprovação do FDA é batizada como evolocumabe e pode ser ministrada a cada quinze dias ou mensalmente, de acordo com as avaliações médicas de cada paciente. O remédio também liberado pela agência europeia (EMEA) tem aplicação simples, com uma caneta aplicadora. Antes deste a FDA já havia liberado o alirocumabe, que foi o pioneiro dessa classe de medicamentos conhecida como PCSK9.
PCSK9 é o nome da enzima cuja função é eliminar receptores de LDL presentes no sangue. Só que ao inibirem a ação dos receptores, essas enzimas impedem que eles limpem o organismo do mau colesterol.
Vamos aguardar a chegada ao Brasil. Segundo as informações, o pedido de autorização já foi encaminhado em 2014 à Agência Nacional de Vigilância Sanitária. De qualquer forma, neste período inicial, mesmo tendo sido submetido aos testes e avaliações das agências reguladoras, seja nos EUA ou na Europa, os medicamentos ainda estão em período de acompanhamento de suas eficácias. Agora passarão a ser utilizados em grupos maiores e será possível avaliar e comparar os tratamentos nos quais forem utilizados com outros. A previsão é de que somente em 2017 sejam divulgados dados sobre estes acompanhamentos.
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