30 de set. de 2015

Grã-Bretanha aprova primeiros transplantes de útero de doadoras mortas

Médicos na Grã-Bretanha receberam a aprovação para realizar os dez primeiros transplantes de útero de doadoras que tiveram morte cerebral.

PA

O procedimento já foi feito com sucesso na Suécia, em 2014; uma mulher de 36 anos deu à luz após ter sido submetida ao transplante de útero, mas com o órgão retirado de uma doadora viva, uma amiga de 61 anos que já estava na menopausa.
Os transplantes serão feitos como parte de uma série de testes clínicos e devem começar ainda em 2015.
Se os testes forem bem-sucedidos, o primeiro bebê britânico nascido de um útero transplantado poderá nascer no final de 2017 ou começo de 2018.
Mais de cem britânicas já foram identificadas como potenciais receptoras dos transplantes de útero.
Richard Smith, médico do hospital Queen Charlotte e Chelsea, em Londres, trabalha no projeto há 19 anos e vai liderar a equipe de transplantes.
"Em muitas mulheres existe o desejo inato de ter um filho. Este procedimento tem o potencial de satisfazer este desejo."
"Durante os anos tive muitas crises com este projeto... mas quando você conhece as mulheres que nasceram sem um útero, ou que tiveram o útero retirado por alguma razão, é penoso e foi isso que nos fez continuar", disse Smith à BBC.
Bebê nasceu em Gotemburgo, na Suécia (Foto: The Lancet/AP)

Condições

Mais de 300 mulheres procuraram a equipe britânica de transplante de útero, mas apenas 104 se encaixaram nos critérios, entre eles ter 38 anos ou menos, ter um companheiro de longo prazo e um peso considerado saudável pelos médicos.
A operação dura cerca de seis horas com o útero vindo de uma doadora que teve morte cerebral - e que é tecnicamente considerada morta - e cujo coração foi mantido em funcionamento.
A receptora precisará tomar remédios como imunossupressores depois do transplante e durante a gravidez para evitar que o corpo rejeite o órgão.
A saúde da mulher que recebeu o útero será monitorada detalhadamente durante um ano para a implantação de um embrião no útero. Este embrião será uma combinação de óvulos da própria mulher e, se possível, espermatozoides do parceiro, usando um procedimento de fertilização in vitro.
Quando o útero doado não for mais necessário, poderá ser removido por meio de cirurgia. Este procedimento será feito para evitar que a mulher precise tomar imunossupressores para o resto da vida.
Matéria publicada:
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/09/150930_transplante_utero_mortas_fn

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