4 de nov. de 2015

Hospital Universitário Antonio Pedro mantém cirurgias suspensas

As cirurgias e internações eletivas do Hospital Universitário Antonio Pedro (Huap), que seriam retomadas nesta terça-feira (3) continuam suspensas por falta de recursos. De acordo com a direção da unidade, uma reunião será realizada na quarta-feira (4) com o serviço de clínica médica para definir os rumos das internações.
Hospital Universitário Antonio Pedro - UFFNa reunião, serão colhidas informações com os médicos que estão diretamente ligados às internações para, assim, preparar um relatório com as reais condições e deficiências do hospital. Esses dados serão apresentados na reunião com a Comissão de Acompanhamento de Crise do Huap, que está prevista para acontecer amanhã, podendo definir os rumos das cirurgias e internações eletivas.
Em nota divulgada na última semana, o diretor da unidade, Tarcísio Rivello, se reuniu com a Comissão na última quinta-feira. No encontro, foram debatidas algumas providências para o retorno das internações eletivas, mas sem resultados, o que gerou a necessidade de levantar dados com a clínica médica e marcar uma nova reunião.
O diretor do hospital se reuniu, ainda na semana passada, com representantes do Diretório Acadêmico Barros Terra (DABT), apresentando estratégias para buscar soluções que garantam o atendimento de qualidade aos usuários do Sistema Único de Saúde. Os estudantes ainda convidaram Rivello para participar de uma assembleia estudantil que acontece nesta quarta, na qual o gestor confirmou presença.
Com as cirurgias suspensas desde o dia 8 do mês passado por falta de medicamentos e materiais médico-hospitalares, o Huap continua sem condições de receber novos pacientes, de acordo com a direção do hospital. No dia 19 de outubro, a direção suspendeu mais uma vez, com prazo até esta terça-feira, as cirurgias e internações não urgentes.
Ainda sem previsão de retorno, pacientes que aguardam por cirurgias se veem, mais uma vez, sem respostas, como é o caso da irmã da inspetora de tráfego Solange Adão, de 45 anos. De acordo com ela, sua irmã, que não quis ser identificada, sofre de cálculo renal e está há dois anos aguardando por uma cirurgia. 
Internações eletivas, que deveriam ser retomadas, continuam vetadas no Hospital Universitário Antonio Pedro.

“Toda vez que a cirurgia é marcada, eles adiam. A desculpa é que sempre tem muita gente na fila e que não tem vaga. Também falam que os casos mais importantes precisam ser operados primeiro. O meu medo é o caso da minha irmã ficar mais grave, até que ela precise fazer hemodiálise”, desabafa Solange.

Ainda de acordo com ela, em junho ela conseguiu marcar uma cirurgia para dezembro, mas já sofre com a possibilidade de não poder realizá-la.
“Já marcamos outras vezes. Quando chega a hora, minha irmã tem que fazer uma série de avaliações e nada da cirurgia. Temo que isso aconteça de novo em dezembro. Vamos ver!”, declara Solange.
De Cabo Frio, Natanael Carvalho de Oliveira, de 51 anos, trouxe o filho David Oliveira, de 11 anos, para uma consulta no Huap. A criança está impedida de abrir os olhos totalmente devido a um nódulo que lhe causa dores. De acordo com ele, os dois já passaram por diversos hospitais da região e, até mesmo, de Jacarepaguá, sem conseguir marcar uma cirurgia.
“Estamos rodando de hospital em hospital e não conseguimos nada. Sempre que vamos em algum, marcamos uma consulta e nunca conseguimos marcar uma cirurgia para o meu filho. O David precisa de uma cirurgia para retirar esse caroço, mas já estou vendo que, com esse problema, não vamos conseguir aqui também”, relata. 
Já internada no Antonio Pedro, a mãe de Selma Lourenço precisa passar por uma cirurgia no tórax, mas, segundo ela, ainda não há uma previsão. 
“Minha mãe está internada aqui há um tempo. Hoje tivemos uma consulta e o médico constatou a necessidade de cirurgia, mas disse que não sabe quando vai conseguir marcar por conta dos problemas que o hospital está passando”, conta a dona de casa. 

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