9 de nov. de 2015

Falta vacina para cumprir calendário básico de vacinação infantil no país Com a escassez, Ministério da Saúde sugere a troca de vacinas. Pais estão preocupados, ainda que o governo garanta que a eficácia é a mesma.



Está difícil achar vacina para cumprir o calendário básico de vacinação das crianças. O Bom Dia Brasil percorreu postos de saúde de várias cidades pelo Brasil. Em vez de explicar como vai resolver o problema, o Ministério da Saúde está sugerindo trocar as vacinas.
Por exemplo, o Ministério da Saúde está dizendo que é para substituir a vacina tetraviral pela tríplice viral. Os pais estão preocupados com essas substituições, ainda que o governo diga que essa alternativa tem a mesma eficácia. Tem sido uma peregrinação nos postos de saúde para os pais. Segundo o governo, o problema está na produção de vacinas aqui no Brasil e em outros países.

Uma mãe, um bebê e uma luta por vacina. “Desde que ela completou dois meses eu já fui em três, quatro, postos e não estou conseguindo”, afirma a dona de casa Bárbara Santos.
A explicação: “Que realmente está em falta e que depende do centro de distribuição de vacinas”, diz Bárbara Santos.

Ela procurava a pneumocócica. A repórter do Bom Dia Brasil foi a outro posto, em busca de outras vacinas contra difteria, tétano, coqueluche, sarampo.

"Só não tem é tétano mesmo, porque está em falta no Distrito Federal. É uma só, é difteria e tétano", disse uma funcionária.
O Bom Dia Brasil tentou também por telefone.
“Eu ouvi falar que tinham poucas doses, diante da demanda que estava muito grande", disse outra.

Não são os pais que escolhem a vacina que os filhos vão tomar. Elas tão previstas no calendário de vacinação. Por isso, o normal era que tivesse uma quantidade suficiente para atender a população, mas só no Distrito Federal estão faltando, pelo menos, quatro tipos de vacinas.

A Secretaria de Saúde disse que o Ministério da Saúde é que faz a compra. E admite problemas nos estoques, porque as vacinas não chegaram.

“O risco de você não tomar uma vacina, de você não aplicar uma vacina em uma criança, é que as doenças retornam, esse é um grande risco. A gente já teve uma experiência, há 2 anos, do recrudescimento da coqueluche. Se nós não mantivermos as crianças com todas as doses corretamente aplicadas, a agente corre o risco dessas doenças retornarem”, afirma a diretora de Vigilância Epidemiológica, Cristina Segatto.

E falta em várias partes do país. Em Divinópolis, Minas Gerais, acabaram as vacinas contra hepatite A e a tetraviral, contra sarampo, rubéola, caxumba e varicela. E a BCG, contra tuberculose, tem poucas.

Em Sorriso, Mato Grosso, está tendo racionamento de vacina, que são aplicadas só em alguns dias da semana.

O Ministério da Saúde disse, por meio de nota, que os contratos com laboratórios estão em dia. Mas disse que tão faltando vacinas nos mercados nacional e internacional. A solução tem sido recomendar o seguinte:

Onde está faltando a DTP, a criança deve tomar a pentavalente. No lugar da tetraviral deve tomar a tríplice viral. O governo diz que a eficácia é a mesma. A BCG, contra tuberculose, o Ministério disse que já regularizou. A vacina contra hepatite A diz que está chegando. Essa não tem substituta. Difícil é pai aceitar, entender essa situação. Foi o que viu, lá em Goiás, o repórter Leonardo Gonçalves.

A Edna já foi diversas vezes ao posto de saúde, mas nunca consegue imunizar o filho Gabriel de 5 meses. “Eu tenho que pegar dois ônibus para chegar aqui. Eu liguei antes. Falei: 'Não, vou ligar antes, porque é difícil a gente estar vindo com criança'. Eu liguei, tinha vacina e cheguei aqui e já não tem mais a vacina", conta a dona de casa Edna dos Santos. 

Casos como o da Edna estão acontecendo em vários lugares do país, e os pediatras estão sabendo, mas reforçam que é importante lembrar que as crianças não podem ficar com o calendário de vacinas atrasado.
fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2015/11/falta-vacina-para-cumprir-calendario-basico-de-vacinacao-infantil-no-pais.html

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