Um novo exame de sangue, ainda em fase experimental, pode salvar a vida de quem está lutando contra o retorno do câncer de mama.
O estudo acompanhou 55 mulheres que já tinham tido esse tipo de câncer. Dessas, 15 enfrentaram retornos dos tumores, e 12 foram diagnosticadas pelo novo teste muito antes, segundo o estudo divulgado na publicação Science Translational Medicine.
A vantagem de se detectar a reincidência antes significa que tratamentos como quimioterapia podem ser administrados mais cedo, aumentando a chance de sobrevida do paciente.
A recidiva pode ocorrer quando uma cirurgia não consegue retirar todo o tumor ou se ele já tiver se espalhado para outras partes do corpo.
Sobre as três mulheres que não tiveram o retorno detectado pelo exame de sangue, os cientistas acham que isso ocorreu porque o câncer se espalhou para o cérebro, onde um mecanismo de proteção impediu que os traços de câncer chegassem à corrente sanguínea.
Esperança
Apesar de os cientistas dizerem que pode demorar anos para esse exame ficar disponível ao público, eles estão esperançosos de que o teste possa ajudar a aprimorar tratamentos personalizados contra o tumor e ajudar na busca da cura do câncer.
No teste, é analisado o DNA que sofreu mutação do tumor; em seguida, traços dessa mutação são rastreados no sangue.
Co-responsável pela pesquisa, Nicolas Turner disse à BBC: "A questão-chave é: estamos identificando essas mulheres sob risco de recidiva cedo o suficiente para lhes dar a chance de um tratamento que evite a volta do câncer?"
"Nossa proposta é tratar disso em estudos futuros. Mas agora estamos falando sobre um princípio que pode ser aplicado a qualquer tipo de câncer que foi vencido em um tratamento inicial mas que pode retornar no futuro."
Um exame de sangue é relativamente barato, mas investigar o DNA de um tumor ainda é bastante caro. No entanto, esse procedimento está ficando cada vez mais barato à medida que cada vez mais a medicina está procurando tratar tumores com medicamentos que miram especificamente mutações específicas.
Para o oncologista Nick Peel, da instituição Cancer Research UK, "encontrar maneiras menos invasivas de diagnosticar e monitorar o câncer é crucial e amostras sanguíneos estão surgindo como um caminho possível para reunir informações cruciais sobre a doença, pescando fragmentos do DNA do tumor ou células cancerosas que passaram para a corrente sanguíneo".
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