“Quatorze anos depois de implantadas, as diretrizes ficaram em descompasso com a realidade da profissão farmacêutica. E é muito natural que queiramos debater e aprovar uma proposta que harmonize as sugestões de todos os envolvidos com o ensino, em todo o País”, observou o Presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), doutor Walter Jorge João.
Ele salientou que a profissão farmacêutica é, hoje, “uma grande família”, e que, unida, ela tem conquistado importantes avanços. Disse, ainda, que a profissão está muito lá na frente, enquanto as diretrizes ficaram estanques, revelando a realidade farmacêutica de 14 anos para trás. Desde a sua implantação, vieram a prescrição farmacêutica, a Lei 13.021/14, a regulamentação da saúde estética, entre outras conquistas.
Na abertura do fórum, a representante da Executiva Nacional dos Estudantes de Farmácia (Enefar), Cristiane Manuela da Silva, ressaltou a importância de se discutir o ensino farmacêutico com a participação dos acadêmicos, e pediu que os debates em torno do tema sejam permanentes, e não se dê apenas em fóruns, congressos e outros eventos. “Eu peço aos organizadores dos eventos que fortaleçam, cada vez mais, a participação dos estudantes de Farmácia”, concluiu.
A presidente da Sociedade Brasileira de Farmácia Comunitária (SBFC), Carmen Íris Tolentino, em entrevista ao site do CFF, pediu que as diretrizes contemplem um modelo de ensino que torne o farmacêutico mais antenado com o mercado e, para isto, os currículos precisam trazer, de forma obrigatória, disciplinas voltadas para a gestão e para o empreendedorismo, para motivar os farmacêuticos a serem proprietários de farmácias, mas de forma bem-sucedida.
Já o representante da Associação Brasileira de Ensino Farmacêutico (ABEF), Paulo Arrais, em seu breve discurso, fez questão de destacar a vasta representação reunida no fórum. O evento, lembrou, conta com representantes de todas as instâncias do ensino, que vão dos estudantes aos professores e coordenadores, e isto certamente irá gerar um debate amplo e proveitoso.
A proposta em análise define, em seu Artigo 1º, o perfil do egresso dos cursos de Farmácia como “o profissional da saúde preparado para atuar no cuidado com o indivíduo, da família e da comunidade, com formação centrada na assistência farmacêutica, no conhecimento dos fármacos, dos medicamentos, de outros produtos para a saúde, de forma integrada às análises e toxicológicas, aos alimentos e aos cosméticos. A formação deve ser pautada em princípios éticos e científicos, capacitado para o trabalho nos diferentes níveis de complexidade do sistema de saúde, por meio de ações de prevenção de doenças, de promoção, proteção e recuperação da saúde, bem como na pesquisa e desenvolvimento de serviços e de produtos para a saúde”.
Dada à necessária articulação entre conhecimentos, habilidades e atitudes, a formação farmacêutica, de acordo com a proposta (Artigo 3º), deve estar estruturada em três eixos para contemplar o perfil do egresso: Cuidado em Saúde; Tecnologia e Inovação em Saúde; e Gestão em Saúde. Cada um desses eixos temáticos foi apresentado no plenário e votado pelos participantes.
O presidente do CFF fez questão de realçar que o projeto a ser debatido não pertence a nenhuma instituição, pois traduz a vontade de todos, por meio de um processo democrático. “Tudo o que concerne à profissão farmacêutica deve ser resultado da vontade da maioria”, afirmou Walter Jorge, adiantando que, assim que for aprovada, entregará em mãos a proposta ao presidente recém-nomeado do Instituto Nacional de Ensino e Pesquisa (Inep), Luiz Roberto Liza .
Fonte:http://crf-rj.org.br/portal/noticias/crf-rj-em-acao/1976-representantes-do-rio-participam-do-ii-forum-nacional-de-diretrizes-curriculares-nacionais.html
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