9 de jul. de 2016

Conselho da Estácio aprova proposta de compra pela Kroton

Kroton ofereceu R$ 5,5 bilhões pela compra da concorrente. Negócio poderia desencadear uma onda de fusões no setor educacional.
O Conselho de Administração da EstácioParticipações decidiu pela proposta de compra pela concorrente maior Kroton Educacional, informaram as companhias de educação na noite de sexta-feira (9).

Mais cedo, duas fontes com conhecimento do assunto disseram à Reuters que o Conselho da Estácio concordou com os termos da Kroton e estava pronto para sugerir aos acionistas a aprovação da oferta.

“Kroton e Estácio informam que seus Conselhos de Administração aprovaram a combinação de negócios entre as companhias e celebraram protocolo para a incorporação de ações da Estácio pela Kroton”, disseram as empresas em fato relevante.

Estácio informou que aceitou a proposta de união com a Kroton  (Foto: Foto: Joana Caldas/G1)
Estácio informou que aceitou a proposta de união com a Kroton (Foto: Foto: Joana Caldas/G1)

As assembleias de acionistas para aprovação do negócio serão convocadas “oportunamente”, afirma o documento.

Em 1º de julho, a Estácio disse que seu Conselho aceitou uma proposta melhorada da Kroton avaliada em R$ 5,5 bilhões. A Kroton, maior companhia do mundo de educação em valor de mercado, ofereceu uma relação de troca de 1,281 ação de sua emissão por cada papel da Estácio, bem como um pagamento em dividendos de R$170 milhões, equivalente a aproximadamente R$ 0,55 por ação da concorrente carioca.

O negócio poderia desencadear uma onda de fusões no setor educacional brasileiro, destacando a resiliência do setor superior privado em meio a uma recessão econômica que viu o aumento da inadimplência de alunos e os cortes no Fies, o financiamento estudantil do governo federal.

O segundo maior acionista da Estácio, Chaim Zaher, que chegou a considerar uma oferta em dinheiro para ter o controle de até 75% da empresa carioca, votou a favor da operação com a Kroton e informou ao Conselho a desistência de realizar a operação, de acordo com documento por ele assinado e enviado à CVM na noite de sexta-feira.

A Ser Educacional também almejava uma fusão com a Estácio, e uma fonte com conhecimento do assunto informou à Reuters na semana passada que a companhia com base em Recife iria contestar o negócio e usar os meios legais cabíveis para que a legislação que regula concentrações de mercado seja cumprida.

Novo presidente
A Estácio também informou na véspera a eleição de Gilberto Teixeira de Castro como novo presidente. Ele havia sido indicado por Zaher após sua renúncia no início da semana. O acionista ocupou o cargo interinamente por poucas semanas.

Marcas e presença regional
A Kroton tem operações de ensino presencial mais concentradas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país, e é a responsável pelas marcas Anhanguera, Fama, LFG, Pitágoras, Unic, Uniderp, Unime e Unopar.

Já a Estácio possui campi em todos os Estados do Nordeste e em alguns da região Norte, e opera no mercado basicamente com a marca Universidade Estácio de Sá.
Entre as instituições que integram a rede Kroton estão Universidade Norte do Paraná (Unopar), Faculdades Pitágoras, Unic (Universidade de Cuiabá), Unime (Universidade Metropolitana de Educação e Cultura) e a rede Anhanguera.

Fusão é questionada
A fusão entre Kroton e Estácio foi questionada por entidades do setor de educação, que veem risco de que o negócio possa criar um grupo com amplo poder de mercado e que concentra parcela significativa de fundos de incentivo à educação.

A Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro (OAB-RJ) entrou com uma medida no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) contra o interesse da Kroton em adquirir a Estácio, em meados de junho. A Ordem alega que a operação trará concentração econômica ilegal ao mercado, de mais de 30%, diante de um limite estabelecido pelo Cade de 20%.

Fonte: http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2016/07/conselho-da-estacio-aprova-proposta-de-compra-pela-kroton-20160709101505794047.html

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