13 de mar. de 2016

Governos e estudos questionam homeopatia

Com boa aceitação por pessoas que buscam tratamentos alternativos de saúde, a homeopatia é questionada por parte da comunidade científica desde o seu surgimento, em 1796, pelas mãos do médico alemão Samuel Hahnemann.
Mas este cerco vem se fechando. Órgãos de saúde de diferentes governos, como dos EUA, Reino Unido e Austrália, estão se posicionando contrários e até levantando restrições à prática. Já na Espanha, universidades de prestígio desativam seus programas de pós-graduação em homeopatia. O movimento, porém, é confrontado por especialistas com formação na área e adeptos, que reafirmam seus benefícios terapêuticos.


Por “falta de base científica”, a Universidade de Barcelona, na Espanha, encerrou no início deste mês o curso de pós-graduação em homeopatia, seguindo decisões similares tomadas pela Universidade de Zaragoza, em 2014; Córdoba, em 2013; e Sevilha, em 2009. A extinção da cadeira veio como resposta a um abaixo-assinado que questionava o ensino da terapia, “que não está apoiada na evidência e carece de metodologia científica”.

O Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido classifica a homeopatia “cientificamente implausível” com performance não superior à dos placebos — embora exista mais de um hospital de homeopatia no país. Nos EUA, a Administração para Drogas e Alimentos (FDA, na sigla em inglês) estuda aumentar a regulação sobre o setor. Na Austrália, o Conselho Nacional de Saúde e Pesquisa Médica (NHMRC, na sigla em inglês) concluiu, após extensa revisão científica feita ano passado, não existir “evidências confiáveis” da eficácia no tratamento com humanos.

Paul Glasziou, professor da Universidade Bond, na Austrália, e líder dessa revisão científica, afirma que foram conduzidas “57 revisões sistemáticas com 175 estudos individuais, que não encontraram efeito convincente superior ao do placebo”. De acordo com o pesquisador, foi surpresa encontrar estudos sobre os efeitos da homeopatia em diversas condições clínicas, incluindo infecções na boca provocadas por quimioterapia e Aids.

“Dada a atual eficácia dos tratamentos, isso parece uma atividade dúbia”, afirmou Glasziou em artigo publicado recentemente no conceituado “British Medical Journal”. “Isso justifica o comunicado do NHMRC de que pessoas que escolhem a homeopatia podem colocar sua saúde em risco se rejeitarem ou atrasarem tratamentos com boas evidências para segurança e efetividade”.



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